quarta-feira, 12 de outubro de 2016

A pessoa com deficiência na minha história de vida

Não me lembro de ter convivido ao longo de minha vida com muitos deficientes, mas os poucos que conheço me intrigam, por assim dizer. A primeira lembrança é de um aluno da 2ª à 4ª série, que tinha lábio palatino (já corrigido) e por isso era difícil entender o que ele falava. Todas as crianças caçoavam dele. Outra pessoa é o enteado de meu pai, que tem deficiência intelectual, vai em escola especial mas não é bem compreendido pela família. Ninguém tem paciência com ele. Já trabalhando no IF, lembro-me de uma servidora que tinha problema nos quadris, mas não tinha uma cadeira especial (na verdade nem nossa ergonomia é respeitada), e outra no joelho, que pedia para que fôssemos na sala dela porque ela não conseguia subir o degrau que nos separava. E de vez em quando vemos alguns cegos na rua e no metrô, totalmente sozinhos. É difícil ver tudo isso e não saber bem como lidar com a situação sem ser grosseiro ou invadir a intimidade da pessoa. Minha família nunca discutiu sobre como se comportar com esse fato, e devo confessar que eu mesma nunca procurei me informar, seja pelo pouco contato que tinha com esse tipo de pessoa, por desinformação e desinteresse. E na TV, rádio, jornais, todos são alvo de chacota.